Pães, massas, bolos e bolachas são alimentos que costumam fazer parte da rotina do brasileiro, seja em grande ou menor proporção. A questão é que não apenas aqueles com a doença celíaca têm aderido ao corte de glúten do cardápio, mas há também uma parcela da sociedade que tem julgado o glúten, e por consequência os alimentos derivados de trigo, cevada e centeio, como prejudiciais à saúde.

Porém, de acordo com explicações do portal Glúten Contém Informações, que conta com a participação de profissionais da saúde como o  professor de educação física Marcio Atalla, é errônea a conclusão de que o glúten faz mal ao organismo de forma generalizada. “Não há evidência científica de ponta que mostre que a retirada do glúten beneficie quem não tem uma doença diagnosticada, como a celíaca”, afirma o nutrólogo e pediatra Mauro Fisberg, professor da Escola Paulista de Medicina da Unifesp ao portal.

A Associação Brasileira da Indústria do Trigo afirma que a cadeia sentiu o impacto com este “modismo”, que teve seu ponto alto no ano de 2016/17. “Ressaltamos que o glúten pode ser prejudicial aos celíacos que têm intolerância,  o que estima-se ser cerca de 5% da população brasileira. Porém, o trigo é cientificamente comprovado um alimento saudável, fonte de proteínas e de energia, e não engorda se ingerido com equilíbrio”, aponta Rubens Barbosa, presidente-executivo da Abitrigo.

Outra evidência científica sobre a contribuição positiva do glúten às pessoas que não contém a doença celíaca é advinda de pesquisas da Universidade de Harvard. Um estudo realizado com mais de 110 mil homens e mulheres saudáveis, ​​com cerca de 25 anos, não encontrou nenhuma diferença clara no número de ataques cardíacos que ocorreram entre pessoas que comiam mais glúten a cada dia, comparadas a pessoas que comiam menos. No entanto, em pessoas que evitaram o glúten e grãos integrais – que contêm nutrientes valiosos – o risco de doença cardíaca aumentou.

Ainda de acordo com a ABITRIGO, o consumo per capita de farinha de trigo no Brasil, em 2018, foi de pouco mais de 45,5 kg ao ano, apresentando leve acréscimo em comparação a 2017. Apesar da produção do setor estar praticamente estagnada, os moinhos continuaram investindo em tecnologia, máquinas e equipamentos e a expansão sentida em 2018 compensou a queda verificada em anos anteriores.

“A indústria está pronta para atender de imediato, sem pressão sobre os preços, à demanda advinda do presumível crescimento da economia, pois sua capacidade ociosa está em torno de 25%, com fábricas modernas e tecnologia de ponta”, conclui Barbosa.

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