Em painel moderado pelo jornalista William Waack, o economista José Roberto Mendonça de Barros conversou com André Guimarães (pesquisador ambiental da Amazônia) e com o filósofo Luiz Felipe Pondé.

José Roberto começou falando que o Brasil tem o agronegócio mais competitivo do mundo e o melhor, sem subsídios. André Guimarães falou da importância da preservação da Amazônia.

O pesquisador disse que o agronegócio tem forte dependência da irrigação natural oferecida pela chuva e que a Amazônia é a grande fonte que mantém essa chuva na medida necessária para o bom desempenho do setor no Brasil.

Já o filósofo reforçou que não haverá uma drástica mudança no mundo pós-pandemia e exemplificou citando a gripe espanhola. Ele reforçou que haverá mudanças, mas não tanto quanto se imagina.

“A humanidade tende a seguir o rumo que ela sempre seguiu. Ela esquece”. Disse ele em relação aos impactos pós pandemia. “Uso de máscaras, lockdown, fechamento ou não de teatros de estabelecimentos foram pauta durante a gripe espanhola.”

O economista Zé Roberto deu sequência falando sobre os avanços tecnológicos conquistados no tempo de pandemia e reforçou que o desmatamento da Amazônia pode trazer reflexos desastrosos para nosso agronegócio.

Tais reflexos podem tirar do Brasil a vantagem conquistada durante a pandemia, que para ser mantida, depende da preservação da floresta.

Seguindo o painel com Pondé, ele falou da empolgação do senso comum e em como isso atrapalha a ciência neste momento. “A ciência sabe menos do que as pessoas acham que ela sabe. Ela é importante porque reduz incertezas, mas o senso comum a vê como uma certeza.”

A fala do filósofo foi exemplificada como os medicamentos que surgem como combatentes da COVID-19, mas que depois se mostram ineficientes. tudo isso porque as pessoas querem se livrar disso logo, então se agarram em qualquer sinal de cura.

Dando continuidade, José Roberto falou que o impacto da pandemia no agronegócio pode empolgar. “Não estaríamos onde estamos sem a ciência. Agro pode dar um novo grande salto a partir dela.”

Contudo, ele ainda falou da agricultura de precisão, que vai permitir uma produção mais eficiente e sustentável, reduzindo drasticamente o desmatamento e ainda explorou as mudanças que o setor vem passando.

Além disso, foi falado sobre os novos produtos e meios mais sustentáveis de produzir, salto de produtividade. “Carro flex a etanol faz menos mal do que um europeu elétrico considerando toda a matriz, desde o início da produção.” Finalizou José Roberto.

Concluindo sua participação, o pesquisador André Guimarães fez um apelo a todos. “Observe o meio ambiente sem romantismo e visões polarizadas, mas com pragmatismo e objetividade.”

Ele ainda pediu a união de ambientalistas, cientistas, produtores para poupar energia e focar em avanço e conservação ambiental em conjunto. “O cabo de guerra já gastou muita energia desnecessária.”

As considerações finais indicam uma harmonização de setores em prol tanto da sustentabilidade quanto do agronegócio, como foi reforçado pela Ministra Tereza Cristina no começo do congresso.