ONG gera alimentos em locais improdutivos. AgroNãoMia entrevistou Hans Temp, o fundador da ONG cidade sem fome. A ONG visa utilizar espaços sem utilidade para promover o bem social.

Assista a entrevista:

A ONG Cidade Sem Fome desenvolve projetos de agricultura urbana de hortas comunitárias e hortas escolares dentro da região metropolitana de São Paulo. A ideia é aproveitar os espaços ociosos, ou que não tenham alguma destinação específica até aquele momento, para transformá-la em polos de produção de alimentos. – Hans Temp

Confira a entrevista na íntegra:

AgroNãoMia: Explica um pouco para a gente do que se trata a ONG e quais regiões de São Paulo ela atua.

Hans Temp: A ONG Cidade Sem Fome desenvolve projetos de agricultura urbana de hortas comunitárias e hortas escolares dentro da região metropolitana de São Paulo. A ideia é aproveitar os espaços ociosos, ou que não tenham alguma destinação específica até aquele momento, para transformá-la em polos de produção de alimentos.

E além de produzir alimentos a gente quer também gerar oportunidades de trabalho e renda para várias pessoas que se encontram em situação de vulnerabilidade social, tanto na periferia como na Grande São Paulo.

AgroNãoMia: Como que essa busca chega até vocês? Como é feita essa interação com o público, principalmente das periferias, aonde a ONG realmente quer atuar?

Hans Temp: Inicialmente nós procurávamos o espaço e as pessoas para trabalhar. Hoje a situação se inverteu. Como o projeto deu muita mídia, e a agricultura urbana é uma temática interessante para muitas pessoas, então essas pessoas ligam para a cidade sem fome.

“Olha Hans, eu moro na cidade tal, do bairro tal e aqui tem uma área disponível para fazer um projeto de hortas. Vocês ajudam a gente?”. Essa é a ideia do projeto

AgroNãoMia: A ONG atua em São Paulo e no Rio Grande do Sul. Voltando para São Paulo, como que é essa infraestrutura, como que a cidade recebe esses projetos, tanto o seu quanto outros de agricultura urbana. Esses prédios e locais abandonados quanto a permissão do governo e de outras entidades para passar a caneta no papel, para vocês atuarem?

A ONG tem 25 hortas urbanas implantadas e mais 38 hortas em escolas públicas. As políticas públicas da nossa cidade ainda estão um pouco distantes da nossa temática – Hans Temp

Hans Temp: A ONG tem 25 hortas urbanas implantadas e mais 38 hortas em escolas públicas. As políticas públicas da nossa cidade ainda estão um pouco distantes da nossa temática. No começo a gente procurou trabalhar muito com a prefeitura e poder público local e nós tivemos enormes dificuldades até para eles entenderem a nossa proposta.

Nós mapeamos e descobrimos outros atores que são donos de terras urbanas em São Paulo e descobrimos varias outras empresas que detém terras também como a prefeitura. Como o tratamento é diferenciado ou também a questão da continuidade, que é mais assegurada do que no poder público nós começamos a trabalhar muito com esses órgãos.

Hoje nós temos uma parceria muito grande com a Eletropaulo, EDP Bandeirantes o Incra, são vários órgãos que detém espaços na cidade de São Paulo. Uma das nossas grandes preocupações é que o poder público dê um pouco mais de importância para o projeto.

A ONG não faz suas hortas em bases filantrópicas, a gente transforma uma área sem utilização num polo de desenvolvimento, num polo de novos negócios. Como nossos projetos são patrocinados, ou por pessoas físicas, ou por pessoas jurídicas, órgãos do governo, a ideia é fazer com que as pessoas que estão no entorno das nossas hortas, dos bairros periféricos tenham acesso a esses produtos por um preço acessível. Nada mais justo com as pessoas do entorno das hortas e com o patrocinador.

AgroNãoMia: Pra finalizar, você sabe me dizer quantas pessoas já foram impactadas positivamente pela ONG, nesses 12 anos, vocês tem alguma projeção de que rumo a ONG vai levar nos próximos anos, ou de quantas pessoas pretendem ser atingidas tanto em São Paulo, como no Rio Grande do Sul?

Hans Temp: Hoje em São Paulo, nós temos 152 famílias que vivem exclusivamente com a renda auferida nessas hortas. Se cada família tem em média cinco pessoas, chega muito fácil a mais de 500 pessoas beneficiadas diretamente com o projeto das hortas urbanas.

Tem mais de 1000 pessoas que participaram dos nossos cursos de capacitação, que são as pessoas que não foram beneficiadas pelos nossos projetos, mas que foram convidadas para os cursos de capacitação e que fomenta nesse projeto essa iniciativa por conta própria em suas residências e em seus bairros. Essa é a ideia da cidade sem fome.

E a proposta da cidade sem fome é ir cada vez mais, levar para a cidade de São Paulo e também para outros estados e outras capitais do Brasil também. Pra isso a gente busca apoiadores faz com que uma grande divulgação na mídia e nas redes sociais principalmente. A proposta é chamar o poder público para trabalhar com a gente, pois o poder público detém os recursos e a infraestrutura para fazer disso um programa municipal/estadual ou até federal.

As Hortas Urbanas também são alternativas sustentáveis, confira.

Para maiores informações sobre a ONG visite o site.

Inscreva-se e fique ligado nas novidades no canal oficial do AgroNãoMia.